Decididamente, Jesus não Se cansa
de chamar os seus discípulos a uma vida de pobreza, no Evangelho deste domingo
e do domingo passado. Mas Ele próprio sabia bem que o dinheiro é necessário
para viver. O grupo dos apóstolos tinha uma bolsa comum. São Paulo fará um
peditório, que dará uma grande soma, para a Igreja de Jerusalém. Segundo o
Evangelho, a pobreza não é a miséria. Já domingo passado Jesus nos convidava a
sermos ricos em vista de Deus e não a amealharmos para nós mesmos. Hoje, diz
uma pequena frase muito esclarecedora: “Não temas, pequenino rebanho, porque
aprouve ao vosso Pai dar-vos o Reino”. O Pai quer encher-nos com a sua
plenitude. Mas isso supõe, da nossa parte, uma atitude de despojamento para nos
tornarmos disponíveis e acolhedores do dom de Deus. Recordemos que somos apenas
criaturas. Não somos a nossa própria origem. Desde o início da nossa
existência, devemos primeiramente tudo receber, a começar pela vida. Numa
palavra, devemos, em primeiro lugar, ser amados para podermos aprender a amar.
A verdadeira pobreza consiste em reconhecer a ligação de dependência no amor e
na vida. Se a recusamos, fechamo-nos em nós mesmos, numa riqueza que poderá
asfixiar-nos. Dito de outro modo, somos convidados a nunca esquecer que tudo o
que temos e somos é sempre, antes de mais, um dom. Não somos proprietários da
vida. Dela temos apenas usufruto. O nosso Pai confia-nos a vida, para que a
façamos frutificar em aventura de amor. Isso deveria preservar-nos do “espírito
de possessão” e abrir o nosso coração para aprender sem cessar a receber e
podermos, por nossa vez, dar. (Dehonianos)
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