O
que Jesus critica nos dois heróis das parábolas é o facto de não terem tomado
tempo para se sentar. Ora, Ele propõe estas duas parábolas no momento em que
convida os seus discípulos a segui-l’O sem condições, e mesmo a levar a sua
cruz, isto é, a aceitar as provas que seguirão ao seu compromisso. Quer dizer
que, antes de seguir Jesus, é preciso reservar tempo para a reflexão. Jesus não
esconde as exigências, mas é preciso perguntar porque O seguimos, até onde O
podemos seguir. É a maneira de Jesus respeitar a liberdade do homem. Ele não quer
discípulos que decidem segui-l’O sem mais nem menos. Ele não pede a mesma coisa
a toda a gente, mas a cada um Ele pede para segui-l’O em função dos seus
carismas. Mais uma razão para nos sentarmos e perguntar: quais são os meus
carismas que quero pôr ao serviço do Reino?
O
caminho que Jesus propõe não é um caminho de “massas”, mas um caminho de
“discípulos”: implica uma adesão incondicional ao “Reino”, à sua dinâmica, à
sua lógica; e isso não é para todos, mas apenas para os discípulos que fazem
séria e conscientemente essa opção. Como é que eu me situo face a isto? O
projecto de Jesus é, para mim, uma opção radical, que eu abracei com convicção
e a tempo inteiro ou um projecto em que eu vou estando, sem grande esforço ou
compromisso, por inércia, por comodismo, por tradição?
Às
vezes, as pessoas procuram a comunidade cristã por tradição, por influências do
meio social ou familiar, porque “a cerimónia religiosa fica bonita nas
fotografias”… Sem recusarmos nada, devemos, contudo, fazê-las perceber que a
opção pelo baptismo ou pelo casamento religioso é uma opção séria e exigente,
que só faz sentido no quadro de um compromisso com o “Reino” e com a proposta
de Jesus. Dentro do quadro de exigências que Jesus apresenta aos discípulos,
sobressai a exigência de preferir Jesus à própria família. Isso não significa,
evidentemente, que devamos rejeitar os laços que nos unem àqueles que amamos…
No entanto, significa que os laços afectivos, por mais sagrados que sejam, não
devem afastar-nos dos valores do “Reino”. (Dehonianos)
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