04/02/2017

Para Refletir

• A questão essencial que este trecho do Evangelho nos apresenta é esta: Deus propôs-nos um projecto de libertação e de salvação que conduzirá à inauguração de um mundo novo, de felicidade e de paz sem fim; e aqueles que aderiram a essa proposta têm de testemunhá-la diante do mundo e dos homens com palavras e com gestos concretos, a fim de que o “Reino” se torne uma realidade. Como é que me situo face a isto? Para mim, ser cristão é um compromisso sério, profético, exigente, que me obriga a testemunhar o “Reino”, mesmo em ambientes adversos, ou é um caminho “morno”, instalado, cómodo, de quem se sente em regra com Deus porque vai à missa ao domingo e cumpre alguns ritos que a Igreja sugere?

• Eu sou, dia a dia, o sal que dá o sabor, que traz uma mais valia de amor e de esperança à vida daqueles que caminham ao meu lado? Para aqueles com quem lido todos os dias, sou uma personagem insípida, incaracterística, instalada numa mediocridade cinzenta, ou sou uma nota de alegria, de entusiasmo, de optimismo, de esperança numa vida nova vivida ao jeito do Evangelho, ao jeito do “Reino”? No meio do egoísmo, do desespero, do sem sentido que caracteriza a vida de tantos dos meus irmãos, eu dou um testemunho de um mundo novo de amor e de esperança?

• Ser cristão é também ser uma luz acesa na noite do mundo, apontando os caminhos da vida, da liberdade, do amor, da fraternidade… Eu sou essa luz que aponta no sentido das coisas importantes, impedindo que a vida dos meus irmãos se gaste em frivolidades e bagatelas? Para os que vivem no sofrimento, na dúvida, no erro, para os que vivem de olhos no chão, eu sou a luz que aponta para o mais além e para a realidade libertadora do “Reino”?

• Atenção: eu não sou “a luz”, mas apenas um reflexo da “luz”… Quer dizer: as coisas bonitas que possam acontecer à minha volta não são o resultado do exercício das minhas brilhantes qualidades, mas o resultado da acção de Deus em mim. É Deus que é “a luz” e que, através da minha fragilidade, apresenta a sua proposta de libertação e de vida nova ao mundo. O discípulo não deve, pois, preocupar-se em atrair sobre si o olhar dos homens; mas deve preocupar-se em conduzir o olhar e o coração dos homens para Deus e para o “Reino”.

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