Mais de dois mil anos de cristianismo
criaram uma pesada herança de mandamentos, de leis, de preceitos, de
proibições, de exigências, de opiniões, de pecados e de virtudes, que
arrastamos pesadamente pela história.
Algures durante o caminho, deixámos que o
inevitável pó dos séculos cobrisse o essencial e o acessório; depois,
misturámos tudo, arrumámos tudo sem grande rigor de organização e de
catalogação e perdemos a noção do que é verdadeiramente importante.
Hoje,
gastamos tempo e energias a discutir certas questões que são importantes
(o
casamento dos padres, o sacerdócio das mulheres, o uso dos meios anticoncetivos,
as questões acerca do que é ou não litúrgico, aos problemas do poder e da
autoridade, os pormenores legais da organização eclesial…) mas continuamos a
ter dificuldade em discernir o essencial da proposta de Jesus.
O Evangelho
deste domingo põe as coisas de forma totalmente clara: o essencial é o amor a Deus e o amor aos irmãos. Nisto se resume toda a
revelação de Deus e a sua proposta de vida plena e definitiva para os homens.
Precisamos de rever tudo, de forma a que o lixo acumulado não nos impeça de
compreender, de viver, de anunciar e de testemunhar o cerne da proposta de
Jesus. (Dehonianos)